O estado do Rio de Janeiro enfrenta uma grave situação em relação à dengue, com mais de mil casos registrados semanalmente por pelo menos sete semanas consecutivas, conforme revela o monitoramento de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Apenas na primeira semana de 2024, foram notificados alarmantes 1.014 casos, um número que, segundo a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, pode estar subestimado devido ao atraso nas notificações no sistema. A avaliação da secretária é de que os índices de propagação da doença estão muito acima do esperado para este período do ano e continuam crescendo de maneira acelerada.
Claudia Mello destaca a necessidade de intensificar os esforços para a eliminação de focos de mosquitos e a coleta de amostras de casos suspeitos de dengue para envio ao Lacen, o laboratório oficial do governo do Estado. Além disso, a SES tem reforçado as ações de treinamento no manejo da dengue para médicos e enfermeiros dos municípios e de sua rede própria, fornecendo suporte e orientação aos municípios.
Em 2023, o estado do Rio de Janeiro enfrentou um aumento expressivo nos casos de dengue, registrando 51.171 casos e 25 mortes, conforme dados da SES. Esses números representam quase cinco vezes mais casos do que os registrados em 2022, quando houve 11.432 notificações e 16 óbitos.
A superintendente de Informação Estratégica em Vigilância e Saúde da SES-RJ, Luciane Velasque, destaca as regiões mais preocupantes no momento, especialmente as Baixadas Litorâneas, com uma incidência muito acima do esperado, e a região Metropolitana I (Capital e Baixada Fluminense), que apresenta o maior número de casos.
Na região Metropolitana I, observa-se uma tendência de crescimento rápido do número de casos estimados, considerando o atraso nas notificações, principalmente nos municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí e Nova Iguaçu.
O município do Rio de Janeiro registrou 23.542 casos de dengue em 2023, e já foram notificados 492 casos em 2024, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A incidência da doença é mais significativa na Área Programática (AP) 5.2, abrangendo bairros nas regiões de Campo Grande e Guaratiba, com quase mil casos de dengue para cada 100 mil habitantes em 2023. A situação requer uma abordagem urgente e coordenada para conter a disseminação da dengue na região.
Fonte: Agência Brasil